UMA HISTORIA DE FICÇÃO

No meio do caminho da Vida perdi-te,separamo-nos sem nhenhum de nós saber verdadeiramente porquê,pegámos nas nossas recordações e mágoas e seguimos por estradas diferentes,mesmo tendo dentro de nós um amor intenso e enorme.

Hoje,tantos anos depois resta a recordação dos momentos felizes,dos fins de semana sem destino,da alegria do teu sorriso,e do teu olhar ao acordar,mas acima de tudo da tua cumplicidade no silêncio que tão bem sabiamos respeitar não o encarando como um fardo ou um afastamento,mas antes como uma união em que as palavras eram desnecessárias.

Restam-me as fotos para te poder recordar quando a minha mente ja não visualiza o teu rosto,ha tanto tempo que não te vejo,sera que te reconheceria no meio da multidão?sera que passariamos um pelo outro trocando um breve olhar e palavras de circunstância?sera que valeria a pena um reencontro ensombrado por magóas e ressentimentos de uma Vida que soube sempre a pouco depois da partida?

Ou seria um recomeço?um finalizar de um capitulo inacabado?um final feliz,nós que nunca acreditámos em contos de fadas,não me parece que assim fosse,vai ficar sempre a duvida,pois as nossas partidas por estradas diferentes tinham um só "bilhete", o de ida.

Hoje fantasio com o que poderia ter acontecido,e nunca nos vejo como um casal rotulado de "normal",dificilmente o seriamos,nunca nos acomodamos.Na serenidade que nos dá o passar do tempo,e a idade,sei que nunca te vou esquecer e tu tambem não.Sei que recordarei para sempre com um sorriso nos labios momentos unicos marcados pelo improviso tão próprio de quem se ama e com uma eterna saudade o teu silêncio cumplice.

Hoje na escuridão do meu quarto tenho saudades dos teus braços ha volta de mim,dos teus labios e do som das tuas palavras,do calor do teu corpo e da tua presença.

Volto para o meu "caminho",rodeado de amizades vagas e de solidão,gente que me rodeia e me deixa tão só,gente quê vê o meu riso mas nunca a minha dor,volto para a minha procura de cumplices e não de amantes,continuo o meu caminho sem olhar para tras,procurando na multidão o "teu olhar".