A MINHA TERRA

Estamos perto do dia da Mãe,e veio-me a memória,o sitio onde nasci,Alfama,um bairro tipico de Lisboa,onde ainda hoje mesmo depois de tantos anos e modificações,(infelizmente,nem todas positivas),é para mim sempre um enorme prazer passear nas suas ruas,ouvir as minhas"vizinhas", e conviver com as pessoas do bairro,embora não viva la,com muita pena minha,tenho la muita familia o que faz com que nunca tenha perdido os laços ao bairro e ás suas gentes.

Ainda hoje me lembro com um misto de saudade e alegria,e com um sorriso nos labios,do homem das farturas,que no seu carro branco e com uma buzina estridente,(mas naquela altura,era celestial),vinha as quintas de manha percorrendo as ruas e vendendo as farturas cheias de açucar embrulhadas em papel pardo,(ainda sou multado pela Asae),das varinas que vendiam o peixe de canastra na cabeça e ate dos estivadores(o meu avô foi um deles)que descarregavam os navios a força do seus braços,das tascas(tambem havia uma na familia),em que eu e os meus primos passava-mos as tardes no meio do cheiro a vinho e da serradura no chão,dos homens que jogavam domino e sueca e bebiam os seus copos de "três".

No meio do fado,que ADORO,da sua tristeza e da saudade que fala.

Da alegria e da proximidade entre as pessoas,(tão proximo que se fossemos a janela podiamos cumprimentar o vizinho,lol),das chamadas "ilhas",em que se vivia quase em comunidade,a minha casa estava num patio com mais tres,ou seja aquelas tres familias viviam em perfeita comunidade,e felizmente,tambem em harmonia e amizade.

Dos marinheiros e das prostitutas(que naquela altura não sabia o que era)pois chamavam-lhes mulheres da vida,o que eu tambem sempre achei estranho,lol.

Do Stº. António,e do belo cheiro da sardinha assada,e digo-vos(e alguns que me lêem sabem)sou "doido" por uma sardinhada,hehehehe.

Sou,e com muito ORGULHO....o chamado Alfacinha.

Neste breve partilhar de memorias uma coisa vos digo,tenho um sorriso estampado no rosto e hoje se calhar vou procurar o "homem das farturas",lol.